23 ago 2019

O Banqueiro Anarquista, de Fernando Pessoa

Versão do livro que encontrei
Este é o primeiro post de coisas que vou escrever em português. Estou aprendendo português e ainda sei muito pouco, mas aprendo lendo livros em português. Em 2020 vou fazer uma estadia de investigaçao de quatro meses e meio em Évora e no Alentejo e gostaria de aprender português para poder entender as pessoas pelo menos um pouco.

O primeiro livro que li em português foi no verão de 2015. Passamos o verão em diferentes lugares em Portugal. Javi sempre amou Portugal e eu também queria compartilhar esse amor com ele. Estivemos em Braga, Gêres, Coimbra e Vila Nova de Gaia ao longo de Agosto, foi uma bela experiência em que conhecemos pessoas muito carinhosas, divertidas, alegres e muito ligadas às culturas populares. Além disso, conhecemos Estefanía e sua família em Gêres e com Ángel e Rosa em Vila Nova de Gaia.

Lá ficamos na Cruz Vermelha, um albergue que era muito bom e tinha alguns livros. Eu vi o livro de Pessoa e pensei: "É bom que o primeiro livro que li em português seja de Pessoa." E assim eu me encorajei e entendi muito bem, graças à proximidade entre o espanhol e o português por escrito.

O discurso de Pessoa neste livro tem graça e ironia, além de ser um jeito ágil de escrever. Apesar disso, parece-me que seus argumentos são trapaceiros e, claro, eu discordo. No anarquismo existem muitas correntes, entre as quais o anarco-capitalismo e o anarquismo individualista. Eu acho que caminhar em direção ao anarquismo para passar por essas correntes é muito pobre, porque não o afasta do neoliberalismo. É claro que o neoliberalismo, com a aliança da social-democracia que alivia seus danos (o capitalismo com uma face humana) é algo terrível que está nos destruindo. O anarquismo coletivista e o comunismo libertário nos ajudam a pensar, sentir e fazer em direção a um novo mundo no qual ninguém é mais do que ninguém, a sociedade dos iguais.

Algumas frases do livro:
  • Como podia eu tornar-me superior à força do dinheiro? O processo mais simples era afastar-me da esfera da sua influência, isto é, da civilização; ir para um campo comer raízes e beber água das nascentes; andar nu e viver como um animal. Mas isto, mesmo que não houvesse dificuldade em fazê-lo, não era combater uma ficção social; não era mesmo combater: era fugir. Realmente, quem se esquiva a travar um combate não é derrotado nele. Mas moralmente é derrotado, porque não se abateu.
  • Tão mau é o dinheiro como o estado, a constituição da família como as religiões.
  • Ora qualquer sistema que não seja o puro sistema anarquista, que quer a abolição de todas as ficções e de cada uma delas completamente, é uma ficção também.
  • Realmente, que se esquiva a travar um combate não é derrotado nele. Mas moralmente é derrotado, porque não se bateu.
Esta é minha primeira redação pública em português, com a ajuda do google translator. Eu usarei a tag "Português" para comentar sobre outros livros que eu li. Ah, e se você recomendar algo, será ótimo!

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